Rio São Francisco completa 510

 

As comunidades ribeirinhas, o Brasil e o mundo comemoram hoje (04), o aniversário de 510 anos de descobrimento do Rio São Francisco. Muitas mobilizações, manifestações populares e de contemplação ocorrem simultaneamente em diversas cidades ao longo do bacia hidrográfica. Em Juazeiro, a Colônia de Pescadores, que sempre se manifestou, este ano, não elaborou nenhuma homenagem, uma forma, segundo o presidente da entidade, Domingos Márcio Matos, de protestar contra o descaso com o rio e com os pescadores que sobrevivem das águas do Velho Chico. “Sinceramente não temos motivos para comemorar”, frisa subitamente, referindo-se ao mazelo com o rio, tantos dos órgãos públicos, quanto da sociedade. “Sou contra a transposição, a construção de barragens, a avacalhação do nosso maior bem natural”, disse….


Atualmente, para os pescadores do rio São Francisco não há diferença entre a Piracema e superpopulação de pescados, pois, de acordo com ele, com a construção das barragens de Itaparica e de Sobradinho o circulo de desova, de reprodução, foi prejudicado. “Aguardamos a época da arribada do cari [após a piracema], que começa a partir de fevereiro com a esperança das coisas melhorarem”, conta.
São cerca de 2 mil pescadores, da Colonia de Pescadores,  cadastrados que aguardam o período que vai de 1º de novembro até a 28 de fevereiro, do próximo ano, para reiniciarem a pesca. Enquanto isso, eles recebem o seguro-desemprego, um incentivo do Governo Federal.  O Ambientalista, Vitório Rodrigues disse que “a pescaria vem diminuindo consideravelmente nos últimos anos e a tendência é diminuir cada vez mais” ,argumenta explicando que além da construção inadequada das barragens, que atinge diretamente a produção pesqueira, a pesca predatória, a poluição, a produção agrícola à margem, o desmatamento, a erosão, o assoreamento, são responsáveis pela escassez e depredação do São Francisco. “A bacia do São Francisco precisa ser poupada de tanta agressão”.

 

Por Mônia Ramos

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