Cerca de 600 integrantes de movimentos sociais rurais ocuparam desde cedo o estacionamento da 6ª Superintendência da Codevasf em Juazeiro. Eles foram participar da Audiência Popular do Semiárido, evento resultante da jornada de lutas por Soberania Alimentar, puxada pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) no período de 15 a 17 de outubro e que reuniu 5 mil agricultores do nordeste.
Essa audiência foi um momento de debate entre o governo federal e os movimentos sociais com foco no semiárido nordestino. O ministro Gilberto Carvalho da Secretaria Geral da Presidência da Republica, veio representando a presidente Dilma Rousseff. Eram esperados também os ministros Francisco Teixeira da Integração Nacional, e ministro Pepe Vargas do Desenvolvimento Agrário. O secretário nacional da irrigação, Miguel Ivan Oliveira, representou Francisco Teixeira no evento e o MDA não mandou representante.
Havia a expectativa da participação do presidente do Incra Carlos Guedes, mas quem veio em seu lugar foi a vice-presidente do órgão, Erika Borges. A comitiva também foi integrada pelo presidente da Codevasf, Elmo Vaz. Antes da chegada dos representantes do governo, os movimentos sociais realizaram um ato público onde falaram das principais reivindicações. Um manifesto foi lido na chegada da comitiva. Pratos com água e terra apresentados aos governistas simbolizaram o desejo dos agricultores.
A pauta já anunciada em Brasília que está estruturada em 4 eixos gerais que agregam várias demandas, veja:
1 – Segurança Hídrica: Criação de Política específica de Segurança Hídrica para o Semiárido.
2 – Reforma Agrária:
3 – Estruturação das Comunidades Camponesas:
4 – Soberania Alimentar: Construção de um Programa Nacional de Conservação e Uso da Biodiversidade da caatinga
Com o grande número de participantes, o acesso ao auditório foi limitado a 120 pessoas, o restante teve que acompanhar de fora através de um sistema de som montado especialmente para a ocasião. O ministro Gilberto Carvalho em entrevista a imprensa não quis adiantar soluções ou encaminhamentos. “ o que posso adiantar é que o projeto da presidenta Dilma é viabilizar a agricultura aqui nessa região, contemplando a necessidade dos pequenos , porque entendemos que dá pra conciliar as duas coisas”, declarou o ministro.
A expectativa das organizações é que o governo federal possa dar mais atenção aos temas específicos do semiárido, considerando que no Nordeste ainda vivem quase metade dos camponeses do Brasil. Muitos sem terra, sem água, sem educação. “ nós esperamos que essa audiência, com a participação do governo federal, venha trazer as respostas às nossas reivindicações e ações mais eficientes para o nosso nordeste”, afirmou Aroldo Silva , representante nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores(MPA).