Após ataque a Moraes, tom de Tarcísio deve aumentar na semana pós-julgamento

Por Túlio Amâncio

Jair Bolsonaro está inelegível para a disputa ao Planalto em 2026. Isso é fato. Até políticos de direita reconhecem que, mesmo no melhor cenário para eles, com a anistia aprovada no Congresso, a elegibilidade dificilmente será retomada.

Embora o bolsonarismo sustente o discurso de que o ex-presidente é “plano A e plano B”, a realidade é outra. Tarcísio de Freitas busca se consolidar como candidato presidencial e é o nome favorito do centrão. A resistência vem da ala mais radical da direita, que tem como figura central Eduardo Bolsonaro. O deputado, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, ameaça deixar o PL caso não seja o candidato da sigla.

Integrantes do PL e do PP afirmam que o ataque nominal ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes — a quem Tarcísio chamou de “tirano” pelas ações no processo contra Bolsonaro, durante ato na Avenida Paulista — foi o gesto mais incisivo contra o Supremo até agora.

O governador tem sido aconselhado por caciques do centrão, como o senador Ciro Nogueira, presidente do PP, a adotar uma postura mais dura e, gradualmente, reduzir a resistência da extrema-direita.

Nesta semana e, principalmente, na próxima, após o julgamento, Tarcísio deve intensificar o tom das críticas, segundo interlocutores. O governador também deve retornar a Brasília para articular, mais uma vez, em favor da anistia de Bolsonaro.

 

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