Mosquitos transgênicos antidegue, criados em Oxford, são soltos em Juazeiro

 

Pelas ruas de terra do bairro  Itaberaba, em Juazeiro (BA), um carro com dois pesquisadores para a cada 100 metros. Um deles desce e destampa um pote de onde saem cerca de 500 mosquitos Aedes aeypti, o transmissor da dengue. A cena se repete há três semanas e, até julho, a expectativa é de que sejam liberados 33 mil machos por semana. Depois a ação subirá para 50 mil a 100 mil mosquitos por semana. O mosquito solto no ambiente  é uma espécie transgênica que produz filhotes que morrem antes de chegar à vida adulta, quando podem transmitir a dengue. Na prática, a ciência patrocina o sexo entre mosquitos que geram filhotes incapazes de espalhar a doença. O ideal é que haja dez machos transgênicos para cada macho selvagem.


A estratégia é semelhante à usada em outras parte do País para combater a drosófila, a mosca da fruta: machos estéreis são liberados para disputar com a espécie selvagem a oportunidade de cruzar. Para o macho de laboratório ficar estéril, ele é exposto a radiação – o que não se consegue com o Aedes aegypti. “Por isso recorremos à técnica transgênica”, diz a coordenadora do projeto, Margareth Capurro, bióloga da Universidade de São Paulo.


Desenvolvido na Universidade de Oxford, o mosquito transgênico carrega material genético da drosófila. Em laboratório, são alimentados com ração de peixe e, para fêmeas adultas, sangue. Na fase de ovos, todos recebem tetraciclina, o que permite completar o ciclo de vida – o que não ocorre no ambiente.A experiência ocorrerá por 18 meses em cinco bairros de Juazeiro. A escolha do local, diz Margareth, foi facilitada pela proximidade com a Biofábrica Moscamed, entidade ligada ao Ministério da Agricultura que já produzia moscas estéreis.

 

Informações e foto: Agência Estado

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *