Os 125 anos da primeira transmissão de rádio do mundo. Fique sabendo onde

Em 1976, quase 50 anos atrás, alunos do Curso de Jornalismo da Faap, em São Paulo, não tinham a menor ideia de que aquela aula de Radiojornalismo, ministrada pelo professor chileno Julio Zapata, provocaria uma estupefação geral na turma, em especial num dos alunos, Hamilton Almeida.

De forma displicente e irônica, ele perguntou aos alunos: “Algum de vocês aqui sabe quem foi o inventor do rádio?”.
Entre pequenas manifestações de desdém e cochichos sobre pergunta de resposta tão óbvia, alguém lascou: “Oi
professor, foi, como todos aqui sabem, Guglielmo Marconi! Mas não estamos entendendo bem a razão dessa pergunta tão óbvia”.

Mais irônico que os alunos, Zapata retrucou: “Pois eu acho incrível que tenha que vir aqui um professor chileno, que nem conhece bem a História do Brasil, para revelar para estudantes do terceiro ano de Jornalismo que o verdadeiro inventor do rádio foi um brasileiro, um padre brasileiro nascido em Porto Alegre, cujo nome é Roberto Landell de Moura”.

Ninguém da turma de 30 ou 35 alunos ouvira falar sobre esse personagem, que, de resto, fora de fato ignorado
em seu próprio País, apesar dos feitos que comprovadamente havia realizado no campo das telecomunicações
wireless.

A HISTÓRIA

− Toquem o Hino Nacional! Estas foram as primeiras palavras pronunciadas há 125 anos – em 16 de julho de 1899 – pelo padre Roberto Landell de Moura através do tubo de um estranho e engenhoso aparelho
criado por ele.

O momento culminante do evento, cuidadosamente planejado e bem organizado pelo talentoso pároco da Capela Santa Cruz, no bairro de Santana, zona norte da cidade de São Paulo, paralisou por um instante o seleto grupo de
convidados que se reunia em uma sala de aula do Colégio das Irmãs de São José, atual Elite Rede de Ensino − Santana.

O breve silêncio foi rompido pelos acordes da partitura composta em fá maior por Francisco Manoel da Silva, que saturaram os ares da instituição de ensino. A experiência deixou o privilegiado público atônito.

Na primeira fila daquela manhã um pouco fria, nublada, de domingo de inverno, estavam Antonio Francisco de Paula Souza, o fundador e diretor da Escola Politécnica de São Paulo (a Poli, da USP), e grandes empresários, como Gabriel Dias da Silva, diretor da Companhia Industrial de São Paulo, da Companhia Mac Hardy e da Companhia Rural de São Paulo, e Pedro Borges, sócio da Pedro Borges & Comp. e diretor da Companhia Viação Paulista.

Também assistiram à inédita experiência J. Miranda, gerente da Companhia Telefônica, funcionários do Telégrafo Nacional, o engenheiro Torres Tibagy e repórteres dos jornais O Estado de S. Paulo, Correio Paulistano e O Commercio de São Paulo, entre outras pessoas cuja identificação o passar do tempo impede seja mais precisa, como Segismundo Bergen e d`Ottolini.

Augusto Barjona havia escrito no Estadão: “Hoje, às 9 horas da manhã, no Colégio das Irmãs de São José, em Santana, realizar-se-á uma experiência de telefonia sem fios, com aparelhos inventados pelo Revmo. padre Landell de Moura. A experiência versará sobre a telefonia aérea e subterrânea. O sr. padre Landell de Moura, que convidou para este ato várias autoridades, homens de ciência e representantes da imprensa, fará uma preleção antes de proceder às experiências do seu invento.”

Sá Rocha registrou no Correio Paulistano: “Realiza-se às 9 horas da manhã, no Alto de Santana, no colégio das irmãs de São José, uma curiosa

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