800 MIL ALUNOS FICAM SEM AULAS EM PERNAMBUCO A PARTIR DE HOJE

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Leonardo Lucena_PE247

Quase 800 mil alunos das escolas públicas pernambucanas deverão ficar sem aulas entre a terça-feira (23) e quinta-feira (25) desta semana por conta da Greve Nacional da Educação Pública. A categoria reivindica piso salarial, melhores condições de trabalho, plano de carreira e profissionalização dos funcionários que trabalham na rede pública. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), mais de mil escolas da rede pública estadual devem fechar e a adesão dos profissionais deve chegar a 90%.

A Secretaria Estadual de Educação informou que os alunos poderão comparecer às aulas e, caso os professores faltem, os mesmos terão os pontos cortados, não havendo possibilidade de reposição. Por sua vez, a vice-presidente do Sintepe, Antonieta da Trindade, afirmou que o sindicato recorrerá ao Ministério Público Estadual (MPPE).

Atualmente, o Brasil investe 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação pública, o equivalente a R$ 233,4 bilhões. Porém, segundo a campanha, são necessários R$ 457,9 bilhões em todo o país, o que representa 10% do PIB. “Queremos ampliar os recursos para a educação e uma maior valorização dos profissionais da educação e também assegurar condições de um trabalho digno”, declarou a vice-presidente Sintepe, Antonieta da Trindade.

A campanha será iniciada com a realização de atos públicos, a partir das 9h, em frente à Secretaria Estadual de Educação e das 13 Gerências Regionais de Educação. Na quarta-feira, os manifestantes ocuparão a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e a Câmaras dos Vereadores, a partir das 14h.

Na quinta-feira (25), haverá um debate no Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), às 14h, sobre a crise econômica mundial e a educação no Brasil e na Espanha. Já na sexta-feira (26), será realizado o Seminário Ação Mundial pela Valorização dosProfissionais da Educação, na sede do Sintepe, bairro de Santo Amaro, região central do Recife (PE). Conforme o sindicato, será apresentado na ocasião o resultado parcial da pesquisa “O trabalho na educação básica em Pernambuco”.

Segundo o Sintepe, o levantamento apontou que 48% das 206 escolas estaduais visitadas estão com déficit de professores e 60% delas apresentam problemas estruturais, como falta de bancas e bibliotecas. “Houve melhoria nas condições de trabalho, mas é precisamos avançar mais neste sentido. Muitas escolas estão sem biblioteca, faltam salas de professores, sistema de refrigeração nas salas de aula, além da superlotação nas salas”, afirmou Antonieta.

Em contrapartida à campanha sindical, a Secretaria Estadual de Educação elaborou uma nota ressaltando que os alunos poderão comparecer às aulas. “A Secretaria Estadual de Educação (SEE) entende que existem outras alternativas capazes de atingir o fim proposto pela categoria e trazer à tona discussões pertinentes sobre a temática. Desta forma, visando garantir os 200 dias letivos estabelecidos pela legislação, a SEE informa que as escolas da rede estadual funcionarão normalmente e ressalta ainda que eventuais faltas dos profissionais do magistério serão descontadas sem a possibilidade de compensação”, diz o texto.

A vice-presidente do Sintepe, Antonieta da Trindade, mostrou a sua insatisfação com a postura adotada pela SEE: “Isso infringe o Estatuto do Magistério de 1996”, disse. “Estamos produzindo um documento para questionar isso no Ministério Público (MPPE)”, acrescentou.

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