Ondas de calor e frio são esperadas nos próximos três meses; confira a previsão completa
Por Marcos Fantin — São Paulo –
O inverno começa hoje, quinta-feira (20/6), às 17h51 no horário de Brasília. A nova estação, que se mantém ativa até 21 de setembro, não terá frio rigoroso, mas será mais intensa do que em 2023. Madrugadas geladas e tardes mais quentes que o normal devem ser o padrão do inverno no Brasil.
Dias de frio intenso serão sentidos durante eventuais entradas de massas de ar polar, que devem acontecer entre três e cinco vezes até o fim da estação, em setembro.
Confira a previsão completa abaixo
Inverno 2024
O tempo seco e aberto que predomina neste momento na região central do Brasil favorece tanto a queda de temperatura durante a madrugada quanto a sua rápida elevação durante as tardes.
Madrugadas geladas e tardes mais quentes que o normal devem ser o padrão do inverno no Brasil. Dias de frio intenso serão sentidos durante eventuais entradas de massas de ar polar, que devem acontecer entre três e cinco vezes até o fim da estação, em setembro.
“O primeiro avanço será no fim de junho, quando as temperaturas vão cair em boa parte do Brasil”, afirma Desirée Brandt, meteorologista da Nottus. Há risco de geadas na região Sul, mas não no Sudeste e Centro-Oeste.
Riscos de ondas de frio
Julho será o mês mais frio do ano. A previsão indica qu e em Santa Catarina, nas regiões serranas, no planalto catarinense, e ealgumas áreas do Paraná e do as. Ainda assim, os especialistas enfatizam que, apesar dos eventos pontuais, as temperaturas vão seguir acima do normal ao longo de toda estação.
“Esse frio esporádico se concentra no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, nas regiões serranas, no planalto catarinense, e em algumas áreas do Paraná e do Sudeste”, observa Desirée.
Novas ondas de calor são esperadas
No geral, o número de dias quentes será maior do que o de dias frios, mas algumas ondas de frio vão avançar pelo Centro-Sul do país. As temperaturas devem cair de forma mais expressiva entre julho e agosto, informa a previsão da Nottus.
Alexandre Nascimento, meteorologista da Nottus diz que a média máxima dos últimos dias na cidade de São Paulo tem sido 28ºC, enquanto o normal para o período seria, no máximo, 23ºC. “Em um cenário de mudanças climáticas, o padrão é seguirmos observando temperaturas além do normal”.
Veja como será o inverno em algumas capitais
Inverno em São Paulo
O gráfico mostra que a cidade de São Paulo deve ter, em uma estação inteira, entre dois e três episódios de chuva expressiva, mas de curta duração. Serão poucos episódios de frio intenso e, no geral, a temperatura máxima permanece acima do normal.
Inverno em Porto Alegre
Porto Alegre terá diversos episódios de chuva com pelo menos uma frente fria por semana. Esses sistemas podem ser fracos ou fortes, mas não deixa de chover. As temperaturas variam bastante, com mínimas por volta de 9ºC e picos extremos que chegam a 5ºC, enquanto as máximas se mantêm por volta de 25ºC, o que é considerado alto.
Inverno em Belo Horizonte
Em Belo Horizonte, praticamente não deve chover. “Será um inverno completamente seco, com variação de temperatura, mas sem risco de geada”, explica Desirée.
Inverno em Cuiabá
Em Cuiabá o inverno também será extremamente seco. No máximo, há margem para um episódio pontual de chuva ao longo de três meses. As temperaturas podem passar dos 35ºC rotineiramente durante as tardes e as mínimas mais baixas chegam a 12ºC no fim de junho de maneira muito pontual.
Previsão para chuvas
O tempo seco é o destaque na porção central do Brasil, entre o Sudeste e o Centro-Oeste, além de áreas do norte do Paraná e sul dos Estados do Norte. Isso pode aumentar o número de queimadas ao longo da estação. Por outro lado, as chuvas se concentram nos extremos do país.
Extremo norte, costa norte e leste do Nordeste e o Rio Grande do Sul terão chuvas acima da média. Separando por meses, julho começa mais seco que o padrão. Em agosto, as chuvas se intensificam e, em setembro, a chuva pode ganhar mais força nos extremos do país já citados, ao mesmo tempo que o tempo seco não termina no Brasil central.
La Niña no inverno de 2024
Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), o fenômeno La Niña tem 75% de chance de se formar entre agosto e outubro.
Com o fenômeno em atividade, espera-se chuvas mais consistentes e temperaturas mais amenas. No entanto, conforme Willians Bini ressalta, isso só acontece depois de o fenômeno ter se formado, o que não aconteceu ainda.
“As mudanças não são da noite para o dia. Leva tempo até que os efeitos sejam sentidos na atmosfera”, esclarece o meteorologista da FieldPro.
O pico de intensidade da La Niña é esperado entre novembro de 2024 e janeiro de 2025. Ou seja, durante a primavera e o verão.
Em relação às áreas produtoras, não há grandes preocupações com as culturas de inverno. Pelo contrário, no Sul do Brasil o trigo será beneficiado pela pouca chuva e principalmente pelo frio que deverá ser mais forte que ano passado, o que fez falta na última safra.
A meteorologista da Nottus garante também que as geadas não alcançam áreas produtoras de café do Paraná e do Sudeste. “A secura não traz nenhum efeito direto para as próximas safras de inverno. O centro do Brasil está em entressafra e é bom que não chova tanto para as culturas de inverno”, diz Desirée.