Jerônimo ainda não pensa em trocas no secretariado, mas garante ajuste para eleição: “Não vou atrapalhar meu governo”

BN  – Mauricio Leiro / Gabriel Lopes  –

Com o ano de 2023 chegando ao fim e a virada de chave para as eleições municipais do próximo ano, cresce a expectativa de novas arrumações no governo da Bahia. Em bate-papo com a imprensa na manhã desta terça-feira (26), o governador Jerônimo Rodrigues indicou que ainda não pensa sobre isso, mas garantiu que os ajustes no seu secretariado serão feitos para “não atrapalhar a gestão”.

Isso porque alguns quadros estaduais já se colocam como pré-candidatos a prefeito em seus redutos eleitorais e devem deixar a estrutura do governo dentro do prazo de desincompatibilização de cargos públicos. Questionado pelo Bahia Notícias, Jerônimo também disse que as decisões de candidaturas nos municípios passam por seu Conselho Político.

“Temos que ver. Por exemplo [Luiz] Caetano que é pré-candidato em Camaçari. A presença dele no governo não atrapalha a caminhada lá, é muito mais para lá do que para cá porque aqui ele vai ter que trabalhar, ele vai ter que ir para as viagens. Se as viagens estiver atrapalhando a presença dele final de semana, vamos ter que dizer: ‘toca sua vida, porque eu não quero atrapalhar meu governo’.

Nós decidimos no Conselho que a decisão de Camaçari é que será um nome do PT. Eu não vou atrapalhar meu governo e nossos projetos. Jusmari se coloca como nome no Oeste, se assim for feito, nós faremos a construção desses nomes”, comentou durante um café da manhã realizado no Centro de Operações e Inteligência (COI) da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB).

Além disso, o governador avaliou como as forças políticas que integram seu arco de aliança se acomodaram dentro da gestão em 2023. Jerônimo aproveitou o momento para reforçar um recado que repetiu ao longo do ano: quem chegou primeiro terá prioridade. Segundo o gestor estadual, os partidos são divididos em “três turnos”, sendo o primeiro turno as siglas que desde a largada de sua campanha já estavam com o PT, o do segundo turno, quando alguns migraram par apoiar sua candidatura contra ACM Neto (União), e os do terceiro turno, que vieram depois das eleições.

“A acomodação da política normal, a possibilidade de construir 2024. Nós temos que fazer o tratamento de acordo com a caminhada daqueles que estavam no início, tem uma posição. Mas a gente não pode menosprezar os que chegaram depois, temos só que ver que tamanho, que porte é para não menos menosprezar ou não jogar fora a oportunidade.

Eu tenho dito que as costas ainda sangra por conta de alguns tratamentos, não quem é da oposição, mas aqueles que estavam conosco e abriram mão de acompanhar e partiram para uma forma ruim da política, isso aí arranha, machuca e sangra. Mas que vai cicatrizando porque eu tenho que olhar para 2024, e eu preciso junto com minha base, junto com o Conselho, organizar a pauta dos partidos”, disse.

“Todo mundo sabe como é que foi tratado ao longo da história os partidos, tanto no governo Wagner quanto no governo Rui, todos saíram maiores. Se algum perdeu deputado ou governador, ganhou porque tem secretarias ou porque… O PT, por exemplo, é governador. O PT tem um senador. Alguém pode dizer, ‘mas outros partidos cresceram e mantiveram o nome de senadores’ como é o caso do PSD.

Quem estava acompanhando a caminhada do PP. O PP estava no porte se aproximando do PSD, em número de prefeituras, de vice. Hoje nós entendemos que nós fizemos um bom arranjo para que as secretarias pudessem ser disponibilizadas com aqueles que estavam conosco no início e no segundo turno, e quem chegou depois já estava montado o governo e a gente foi tocando”, acrescentou.

Sobre o caso de partidos que tomaram novas proporções depois do processo eleitoral, a exemplo do Avante, o governador disse que não há preocupação com os espaços ofertados.

“A gente vai ter que ir medindo, não temos problema de preocupação com o Avante. Nós estamos conversando com o deputado Carletto, ele mesmo entende e tem conversado que quem chegou depois num município que estava antes, mesmo sendo do Avante, um partido que está dentro do governo hoje, nós não seremos ingratos com aqueles que me acompanharam no primeiro turno.

Isso não quer dizer que depois das eleições o prefeito não sendo eleito e alguém da oposição ali que está tentando dialogar, a gente vai dialogar e ver como constrói, porque a gente já olha pra 2026. A intenção nossa é fazermos fortalecer os partidos que acompanham a gente, nós tivemos na decisão da escolha do nome do Geraldo Júnior, 11 partidos políticos, naquelas últimas reuniões todos presentes”, concluiu.

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