Anjo bom da Bahia: Devotos e fiéis celebram dia de Santa Dulce neste domingo em Salvador

Por Victor Hernandes

 

Devotos e fiéis celebram neste domingo (13), em Salvador, o dia de Santa Dulce dos Pobres. A primeira santa genuinamente brasileira f9i canonizada e reconhecida pelo papa Francisco em 2019. A santa que é uma das mais populares da Bahia, é conhecida como “O Anjo Bom da Bahia”, por ter zelado pelos mais necessitados e por praticar ações de caridade, solidariedade e fraternidade.

 

A canonização de Dulce foi ratificada após a cura do músico José Maurício Moreira. Em 2014, ele voltou a enxergar depois de 14 anos, após pedir à Irmã Dulce que aliviasse as dores de uma conjuntivite. Segundo seu relato, no dia seguinte, ele voltou a enxergar. Em maio de 2019, a cura milagrosa foi reconhecida pelo Vaticano e tornou Irmã Dulce apta para ser canonizada e se tornar santa.

 

Além do homem que relatou ser curado, Santa Dulce ainda possui muitos outros devotos na Bahia, a exemplo da advogada Larissa Loureiro, de 25 anos. Larissa, que chegou a participar no Vaticano da cerimônia que canonizou Irmã Dulce, contou que a devoção à santa foi passada de sua mãe e de sua avó.

 

“Minha mãe e minha vó sempre recorreram a Santa Dulce, tanto para pedir ou agradecer. Sempre elas estavam orando para Irmã Dulce, pedindo as graças e as bênçãos dela. Minha devoção começou quando comecei a ler sobre a história de Irmã Dulce. Fui me interessando muito pela história dela por ela fazer o bem sem olhar a quem. Essa fé foi passando de geração em geração, mas não foi imposto. A gente começou a amar da mesma forma uma passando para outra, as experiências, a devoção, o amor as obras dela”, explicou Loureiro.

 

    Advogada no Vaticano / Foto: Acervo Pessoal 

 

Além da importância religiosa, Irmã Dulce ainda continua tendo uma grande importância para a Bahia e Salvador. Segundo o coordenador nacional da pastoral do turismo da Arquidiocese de Salvador, Manoel Filho, a santa baiana tem contribuições sociais por ter fundado e acolhido diferentes pessoas da sociedade nas Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), entidade sem fins lucrativos que reúne complexos de saúde com atendimento gratuitos 

 

“A festa e a canonização de Santa Dulce é um engrossar o caldo da espiritualidade em nossa cidade que atrai milhares de pessoas. Além do conteúdo religioso espiritual em nossa cidade, [Santa Dulce] também tem um contributo para a própria sociedade através da geração de emprego e renda em torno do turismo em Salvador, na região da cidade baixa. […] Não apenas católicos foram e são atendidos no Hospital que ela criou, independente de sua crença ou identidade religiosa. Sem dúvidas isso gera também um respeito grande para ela em toda a sociedade independente da fé professada”, aponta Manoel.

 

REPRESENTAÇÃO

A importância e grande representação que a santa tem na Bahia é também observada pela Arquidiocese de Salvador. De acordo com o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha, o legado de caridade deixado por Dulce representa um estímulo para que a sociedade possa ajudar as pessoas que mais necessitam de algum tipo de assistência.

 

“O testemunho de Santa Dulce serve de exemplo e de estímulo para que nós continuemos hoje, a fazer o que ela fez espontaneamente através de iniciativas que cada um de nós pode fazer. As obras sociais são exemplos e estímulos para que nós possamos cada vez mais nos dedicar aos mais pobres, aos enfermos, aos que mais sofrem”, ressalta.

 

“Por isso o testemunho dela é de especial importância para toda a igreja, mas especialmente para nós em Salvador que temos a graça de contar com ela na nossa história. Ela se torna ainda mais referência a ser considerada na vida pessoal e sobretudo na ação pastoral da nossa arquidiocese”, disse.

 

O dia de Santa Dulce, que é celebrado neste domingo, conta com missas às 6h, 8h, 10h, 12h, 14h e 16h, esta última será campal e será presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, cardeal Dom Sérgio da Rocha. Já às 15h a programação do festejo a Irmã Dulce, conta com apresentação musical do Padre Antônio Maria no Largo de Roma.

 

“As pessoas olham para a Irmã Dulce e vêem nela um exemplo de santidade, uma intercessora, alguém que conviveu entre nós e que agora do céu intercede por nós. Temos um sentimento de gratidão, pois nós somos muito gratos a Deus por ter nos dado Santa Dulce, uma santa tão próxima de nós do nosso tempo que intercede constantemente em favor do povo que recorre a ela essa confiança e fé”, pontuou o reitor do Santuário de Santa Dulce, Frei Icaro Rocha.

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