FAEPE FAZ BALANÇO POSITIVO DO AGROSERTÃO EM PETROLINA-PE

blogqsp.Público1O Brasil é o quarto maior exportador de uvas para a União Européia, porém essa posição vem sendo ameaçada por países como o Peru, que obteve um crescimento, entre 2002 e 2011, de 1.350%.

O mesmo ocorre com o setor de mangas, onde o Brasil ocupa o primeiro lugar nas exportações e o Peru está em segundo. O alerta foi dado na manhã desta quinta-feira (04), durante o Seminário Agrosertão, realizado desde ontem no Senai, em Petrolina-PE.

Na palestra Panorama do Mercado Internacional de Frutas, que abriu os trabalhos do segundo dia do Agrosertão, os técnicos Carlos Wagner Magalhães do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa e Márcia de Fátima Lins e Silva do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – Mdic, lembraram ainda o potencial de mercado dos Estados Unidos, que também é um dos principais destinos da fruta brasileira. “Atualmente, esta posição de destaque do Brasil no mercado internacional de frutas se deve principalmente ao fato do nosso país ser beneficiário do sistema geral de preferência concedido pela União Européia e os Estados Unidos, o que possibilita o acesso ao desconto no imposto de importação”, conforme adiantou Márcia de Fátima Lins e Silva.

Na segunda palestra do dia, o presidente da Associação Instituto de Tecnologia de Pernambuco – Itep Frederico Montenegro falou do Programa de Apoio à Exportação de Frutas do Vale do São Francisco. O programa, que nasceu em 2010, de uma demanda dos próprios produtores de uvas do Vale, tem investimentos do Governo de Pernambuco e foca principalmente no acompanhamento dos produtores às inspeções de qualidade das frutas que são exportadas para o porto de Roterdã, na Holanda.

“ Chamamos a isso de o olho do produtor no acompanhamento das frutas. Outro foco do nosso trabalho é a coleta de dados da qualidade. A meta agora é ampliar o programa para outras frutas como melão, manga e melancia e expandir para outros portos na Inglaterra e Estados Unidos, além de outros estados brasileiros, a exemplo da Bahia e Rio Grande do Norte”.

No horário da tarde, o segundo dia do Agrosertão, que ontem debateu assuntos como o novo Código Florestal, as perspectivas para o mercado brasileiro de frutas e as linhas de crédito para o Vale do São Francisco, vai tratar do tema os novos cultivos para o Vale do São Francisco. O responsável pela palestra, José Eudes de Moraes Oliveira, da Embrapa Semiárido fala sobre a diversificação de cultivos para as áreas irrigadas, que a exemplo da maça, caqui e a pêra, experimentos realizados pela entidade na região, apontam alternativas promissoras em função do desempenho animador, tanto em termos de produtividade quanto em qualidade dos frutos.

Balanço positivo

Realizado pela Federação da Agricultura do Estado de Pernambuco – Faepe, com apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Pernambuco – Sebrae, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar e Sindicato Rural de Petrolina, a segunda edição do Agrosertão, segundo o presidente da Faepe, Pio Guerra, atingiu plenamente seus objetivos. Ao fazer o balanço do encontro, Pio Guerra lembrou a relevância e atualidade dos temas tratados, bem como, o nível das discussões e o momento escolhido.

“Reunimos aqui, parte significativa dos vários setores ligados à agropecuária nacional. Tivemos a participação, desde o pequeno produtor ao técnico das esferas governamentais, com a troca de informações atualizadas e o real dimensionamento das questões que verdadeiramente mobilizam e impulsionam o setor no país”. Pio Guerra fez questão ainda de enfatizar a importância da representação política do Vale na busca de soluções para os gargalos que atravancam o crescimento do segmento frutícola. “ O Vale dispõe de um ministro de estado, o secretário estadual de agricultura, dois deputados federais, três deputados estaduais, prefeitos e vereadores. Toda uma força política necessária para a cobrança de providências junto a órgãos como os ministérios e à própria presidente Dilma Roussef, visando a solução de problemas como a seca no nordeste e incentivos para a fruticultura irrigada”, finalizou Pio Guerra.

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