Pesquisa da Univasf mostra impactos de fenômenos da natureza na Serra da Capivara nos últimos 100 mil anos

Renata Freitas  –
Fenômenos climáticos diversos, como grandes volumes chuvosos e muitas oscilações de temperatura, ocorridos ao longo dos últimos 100 mil anos, afetaram a paisagem na região da Serra da Capivara, no Piauí. As características atuais de relevo e vegetação da região são resultado desses fenômenos da natureza relatados em um estudo desenvolvido por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) e de outras Instituições de Ensino Superior do Brasil e do exterior. A pesquisa foi publicada recentemente no periódico Catena, um dos principais jornais de Ciência do Solo e Geociências, da Elsevier.

O artigo “Relict soil features in cave sediments record periods of wet climate and dense vegetation over the last 100 kyr in a present-day semiarid region of northeast Brazil” (Características relíquias do solo em sedimentos de caverna registram períodos de clima úmido e vegetação densa nos últimos 100 mil anos em uma atual região semiárida do Nordeste do Brasil) contém dados que contribuem para a compreensão de mudanças ambientais que afetaram essa região do Nordeste. O trabalho é fruto de um projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por meio do Edital Universal, de 2018; pela Fundação de Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe), por meio do edital Jovem Pesquisador.

De acordo com o professor do Colegiado de Geografia (CGEO) da Univasf Daniel Vieira de Sousa, que coordenou o estudo, o trabalho traz novas contribuições que possibilitam entender o impacto das mudanças climáticas globais ocorridas durante o quaternário na região semiárida. “Demonstramos que eventos climáticos globais associados a descargas de Icebergs no Atlântico Norte influenciaram fortemente a dinâmica da paisagem, alterando, por exemplo, a gênese de solos e a dinâmica da vegetação”, explica o pesquisador.

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