Pesquisadores da Univasf desenvolvem protótipo de nanogerador de energia (TENG) que contém componente da seda

Renata Freitas  –

Os nanogeradores triboelétricos (TENGs) caracterizam-se por captar energia mecânica produzida por contato ou movimentos do corpo, como o andar e o respirar, e utilizar esta energia para alimentar equipamentos eletrônicos portáteis, possibilitando autonomia no funcionamento desses itens. O TENG, de origem chinesa, é alvo de uma pesquisa em desenvolvimento na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), realizada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Materiais (PPGCM).

Os pesquisadores da Univasf desenvolveram um novo protótipo do dispositivo que tem entre seus componentes a fibroína de seda, material que confere transparência e flexibilidade ao TENG, além de reduzir seu custo de produção.

A pesquisa é realizada pelo doutorando Iuri Custodio Montes Candido e pelo mestrando Giovanni da Silva Oliveira, discentes do PPGCM, sob a orientação do professor Helinando Pequeno de Oliveira. O estudo conta com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Instituto Nacional de Fotônica (INCT de Fotônica). O trabalho foi publicado, recentemente, na revista Nano Energy, uma das revistas de maior impacto do mundo na área de nanotecnologia, sob o título “PVA-silk fibroin bio-based triboelectric nanogenerator” (Nanogerador triboelétrico de base biológica de fibroína de seda PVA).

O protótipo desenvolvido na Univasf gera energia elétrica a partir do toque das mãos. O mecanismo produziu uma tensão de 172 volts, acionando 56 dispositivos emissores de luz (leds). O professor Helinando de Oliveira explica que o TENG tradicional é composto por pequenas peças de metal, o que deixa o mecanismo mais rígido. O uso da fibroína de seda no protótipo deu atributos importantes para o TENG ampliando suas possibilidades de uso em dispositivos portáteis diversos e possibilitou uma melhora no desempenho de acúmulo da carga elétrica gerada.

“O TENG que desenvolvemos tem um potencial muito grande para várias aplicações devido a essas características obtidas com o uso da fibroína de seda, que além de diminuir o custo de produção, é um material correto do ponto de vista ecológico”, afirma Oliveira. Segundo o pesquisador, os resultados alcançados no estudo tornam o dispositivo, de fabricação simples e rápida, promissor para a coleta de energia de base biológica para produção em grande escala e sua aplicação pode se dar em equipamentos diversos, como máquinas calculadoras, e até para a área de saúde, a exemplo dos marca-passos.

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