Espião dos EUA tentou vender segredos de submarino nuclear ao Brasil, diz NYT

Um engenheiro naval e sua esposa, presos desde outubro de 2021 nos Estados Unidos por espionagem, tentaram vender ao Brasil tecnologia secreta dos reatores que impulsionam submarinos nucleares norte-americanos. A informação foi divulgada pelo jornal The New York Times, que relatou a saga do casal e seus contatos com as autoridades brasileiras.
Jonathan Toebbe trabalhava em uma unidade da Marinha dos EUA em Washington, de onde passou anos roubando documentos sobre os reatores nucleares dos submarinos. Conforme a reportagem, ele e a mulher, Diana, decidiram em 2020 que venderiam o material secreto.

Na avaliação dos dois, contudo, realizar negócios com os maiores rivais dos norte-americanos, a Rússia e a China, seria algo imoral – mesmo para quem estava pensando em entregar segredos de segurança nacional do país para uma nação estrangeira.

O casal teria chegado, então, à conclusão de que havia um país rico o suficiente, não hostil ao governo dos EUA e muito interessado na tecnologia em que tinham colocado as mãos: o Brasil.

De acordo com o New York Times, mensagens de texto reveladas no tribunal que investiga o caso do casal, revelam que os dois teriam mandado uma carta a uma agência não identificada da inteligência brasileira.

As autoridades brasileiras, contudo, não só decidiram rejeitar a compra das informações como imediatamente procuraram o adido do FBI no Brasil. A agência norte-americana decidiu então partir para uma operação destinada a pegar os espiões em flagrante. Colocaram uma pessoa se passando por um oficial brasileiro para fingir que o governo do país estava sim muito interessado em adquirir os segredos à venda.

Jonathan Toebbe teria eventualmente concordado em entregar documentos e oferecer assistência técnica ao programa da Marinha do Brasil, que sonha em criar o primeiro submarino nuclear do país.

Depois de alguns meses, o FBI prendeu, em outubro de 2021, Jonathan e Diana, que viviam em uma cidade a 40 km da capital americana, Washington. Em fevereiro deste ano, os dois se declararam culpados das acusações de espionagem. Ele pode pegar uma pena estimada em 17 anos de prisão; ela, de três.

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