‘Não quero ser passageiro’, diz Vitor Fernandes, dono do hit ‘Acaso’ e revelação do piseiro

por Bianca Andrade/BN –

Fazer algo na música que vá marcar para além dos 30 segundos de um vídeo viral e não leve o selo de “one hit wonder”, em tradução para o português, cantor de um só sucesso, é o foco de quem sonha com a carreira musical. E com Vitor Fernandes, que se apresenta neste sábado (30) em Salvador, não seria diferente.

Dono dos hits “Vou Falar Que Não Quero” e “Se For Amor” em parceria com João Gomes, o pernambucano de Petrolina Vitor Fernandes, de 24 anos, é uma das grandes revelações da música no Brasil durante o período da pandemia do coronavírus, e quer estender o “contrato” com o sucesso por muitos e muitos anos.

“Quando eu lanço uma música eu já fico preocupado pensando que tenho que encontrar outra para o próximo projeto. Eu não posso errar, eu tenho que vingar, não quero ser passageiro. Eu gravo um CD já pensando no outro”, disse o artista ao Bahia Notícias.

 

Se depender dos números, a sorte está do lado de Vitor nessa história. No início de 2021, o cantor chegou a ocupar por dois meses o ranking do YouTube, somando mais de 213 milhões de visualizações na canção “Acaso”.

 

Em seu canal, poucos são os vídeos que não chegam à marca dos milhões: de 43, apenas 5 não alcançaram o número. Seu primeiro grande sucesso, inclusive, a música “Bebe Vem Me Procurar”, a primeira lançada no ritmo do piseiro há 2 anos, tem 13 milhões de visualizações.

 

Foto: Reprodução / YouTube

 

Para fincar raízes na música, Vitor escolheu um caminho diferente do que vem sendo seguido atualmente. Ao invés de investir em coreografias virais e hits de 30 segundos que viralizam na web, o cantor aposta na emoção que pode transmitir com suas canções.

 

“Eu não gosto muito de fazer música para o TikTok porque percebo que elas são muito rápidas. Chega em uma facilidade, mas vai embora muito rápido também. Não quero o selo de artista do TikTok. Faço música pensando nas pessoas, quando eu escuto quero imaginar a energia delas, o que elas vão passar no momento que estão escutando ela”.

 

Representante do piseiro junto com outros grandes nomes como João Gomes, Os Barões da Pisadinha, Tarcísio do Acordeon e Zé Vaqueiro, o petrolinense, que tem como um de seus ídolos o cantor Silvanno Salles, explica o sucesso do gênero nos últimos anos: a união.

 

 

Segundo o artista, que está na estrada desde a juventude, a cumplicidade entre os artistas do gênero é algo tão forte que já chegou a ser motivo de questionamento para quem está de fora.

 

“O que eu acho mais legal hoje é que não só eu, mas os meninos, Tarcísio (do Acordeon), João Gomes, Zé Vaqueiro, Barões, estamos buscando criar projetos para unificar e fortalecer a cada dia que passa o gênero. Algumas pessoas já me perguntaram se era verdade essa união, ou se eu fazia só para mostrar para as pessoas. E é verdadeiro mesmo, porque o que mais tem no mundo da música hoje é um querendo derrubar o outro, e isso para a gente não existe”.

 

A parceria entre eles vai além da música e Vitor conta que se tornou amigo pessoal de seus colegas de trabalho, convivendo com eles fora dos palcos.

 

“Quando eu vou gravar um CD eu mando para o Tarcísio e ele me ajuda, o João da mesma forma. Fora dos palcos nós temos uma amizade muito forte, nós moramos praticamente da mesma rua, não tem como não ser unido”.

 

 

De olho no futuro, Vitor já prepara um novo projeto para ser lançado no dia 15 de novembro com 10 músicas inéditas. O artista acredita que esta seja a melhor tática para emplacar um sucesso.

 

“Eu sou um cara que gosta muito de trabalhar com músicas inéditas, porque se eu confiar em uma e não der certo, vai ter outras. Não gosto de apostar em uma só, porque se eu errar aquela depois vou ficar agoniado, tentando encontrar outras. Gosto de lançar várias porque se não for aquela que eu estou acreditando, pode ser a que eu não acreditei”, disse aos risos.

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