As confusões no MDB de Pernambuco e a briga pelo comanda no estado

O senador Fernando Bezerra Coelho, após romper com o PSB em 2017, decidiu ingressar no MDB com o objetivo de ser candidato a governador em 2018. A entrada na legenda se deu após ter a garantia do comando nacional de que assumiria a presidência estadual do partido com a dissolução do diretório presidido por Raul Henry.

Jarbas Vasconcelos, então candidato a senador, e Raul Henry, então vice-governador, decidiram entrar na justiça no intuito de inviabilizar a intervenção, numa guerra de liminares, acabou que o grupo hegemônico no partido obteve vitória e manteve a sigla na Frente Popular naquele pleito, com as vitórias de Raul Henry para federal e Jarbas Vasconcelos para senador.

Quando havia indícios de pacificação após a entrada do prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, em 2020, o partido se vê em novo imbróglio após Raul Henry oficializar o interesse em permanecer na Frente Popular. Em meio a discussão, há um elemento que pode ser objeto de discórdia entre os dois grupos, que é a prorrogação da vigência do diretório estadual que se encerraria no último 6 de julho, e foi prorrogada por mais um ano.

O grupo de Henry ficou aliviado pela prorrogação, uma vez que a realização de uma eleição neste momento poderia inviabilizar a permanência do deputado federal no comando da sigla. Já o grupo do senador aposta que a prorrogação poderá ser cancelada a qualquer momento pela executiva nacional em meio aos argumentos de que a candidatura própria poderá representar a eleição de até quatro deputados federais e pelo menos seis deputados estaduais em 2022, fortalecendo a sigla em Pernambuco.

O árbitro desta nova querela envolvendo o MDB de Pernambuco será o presidente nacional da sigla, o deputado federal Baleia Rossi, que terá que decidir qual caminho será o melhor para o fortalecimento do partido no estado.

Coluna do Edmar Lyra