Vai com Deus “Zé B.

*Mário Pires

blogqspminuto10Quem conheceu Humberto Sardeiro sabe perfeitamente o que ele queria dizer com esse “Zé B…”, apelido dado aos amigos. Era sua forma alegre, engraçada e extrovertida de chamar os mais próximos e de descontrair as rodas de boemia, ou mesmo num encontro no trabalho, na mesa de um bar ou simplesmente num encontro casual.

Tive a felicidade de conhecer esse cara ainda criança. Humberto é tio de Paganini Júnior, amigo de infância, vizinho de parede no bairro Country Clube. Um cara brincalhão, tendo sempre uma loira (cerveja) como companheira nos momentos de alegria.

Na época em que o conheci, não fazia ideia de como Humberto teria uma grande importância na minha vida. Ainda jovem, em plena puberdade, com um dom de fazer desenhos perfeitos, recebi um convite para estagiar e trabalhar no então Jornal de Juazeiro. E lá, no primeiro dia, encontro com “Zé B…” – Humberto Sardeiro, que teria a missão de me ensinar a fazer diagramação de jornal.Coisa que ele fazia com maestria. “Marinho, vou te ensinar por que isso aqui é trabalho de corno”, dizia sorrindo, quase gargalhando, fazendo gozações com quem estava ao redor.

Mas sabíamos que ele exercia com prazer. Porque ali ele havia feito grandes amigos, a exemplo de Edvaldo Francioli – Colunista Social, Jota Mildes – Redator da época, Bob – que àquele tempo trabalhava no laboratório, Romilton – do setor comercial, Betinho – que dividia a profissão de jogador de futebol com a revelação das chapas do jornal a noite, entre tantos outros amigos.

Em menos de quinze dias de estágio, eu assumia a diagramação do Jornal de Juazeiro, sempre contando com o apoio profissional do “Zé B…” (Humberto) que ficava na coordenação e direção do jornal – ao lado do seu irmão Paganini Nobre Mota. E lá, onde por vários anos trabalhamos juntos, ouvi muitas histórias e peripécias de curtição da vida, sem contar os tapinhas que levei na cabeça em tom de brincadeiras.

“Diiiiiigaa Zé B…” era a forma mais engraçada do que cordial de cumprimentar os amigos. É como se pudesse vê-lo e ouvi-lo agora, nesse momento, com o sorriso no rosto, falando pra mim, quando o encontrava, principalmente na Rua Sete de Setembro, onde morou por alguns anos.

“Zé B…” felizmente só tenho boas lembranças suas. Graças a você, que compartilhou seus conhecimentos comigo, fazendo com que eu me tornasse um profissional da diagramação de jornal, pude abrir melhor os caminhos da minha vida e chegar ao que sou hoje.

Não são apenas essas palavras de agora, escritas neste momento, devido à sua partida precoce, que servem de agradecimento. Mas cada abraço que demos quando nos encontrávamos, cada sorriso e brincadeiras que fizemos, compõem os meus sentimentos de “muito obrigado por tudo”.

Todos nós, por agora, despedimo-nos de ti, querido Humberto. Bem provável que a imprensa divina esteja precisando de um jornalista diagramador, melhor e mais experiente, ou um novo contador para administrar as “contas espirituais”.

Onde estiver, sinta o meu abraço fraterno e amigo. À tua família, esposa e filhos, os meus sinceros votos de fé e força.

Dona Edite a esta hora te abraça e sorri com a tua chegada. Choramos e sorrimos também daqui. E a saudade, ainda que dolorosa em alguns momentos, é uma coisa boa de sentir.

Vai com Deus “Zé B…”, vai com Deus!

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