Os participantes receberão a certificação de 60 horas de atividades, divididas entre aulas síncronas e assíncronas. Para participar, é necessário realizar inscrição por meio de formulário on-line. Até o momento, o curso, que é aberto aos interessados de todo o país, contabiliza cerca de 19 mil pessoas inscritas, de acordo com o professor do Colegiado de Psicologia, Alexandre Barreto, coordenador do Cerpics e organizador dessa ação.
As aulas serão ministradas por líderes indígenas e de povos de terreiro, em alinhamento à necessidade de descolonização do conhecimento acadêmico e à aproximação dos saberes e práticas da medicina das florestas e dos terreiros. Os encontros do curso serão quinzenais e têm início com uma aula sobre “Práticas Indígenas de Produção de Cuidado”, ministrada pelo líder indígena, filósofo e militante dos direitos indígenas Ailton Krenak.

O curso também terá aulas sobre temas como “Saúde e Interculturalidade”, que será ministrada pela médica da Nação Quíchuas da Bolívia Vivian Camacho; e “Medicina Ancestral Indígena”, a ser abordado em aulas com o pensador e militante da luta pela demarcação de terras Álvaro Tukano; o doutor em Antropologia Social e líder indígena João Paulo Tukano; a diretora do Instituto Maracá, Cristine Takuá; e o presidente do Instituto Guarani da Mata Atlântica (Iguama), Carlos Papá, considerado um dos primeiros cineastas guarani mbya do estado de São Paulo. Além disso, as aulas se encerram com o tema “Cuidado indígena: a força comunitária na prática de cura de cada indivíduo”, sob comando do pesquisador sobre Saúde Coletiva e formador em terapias indígenas Ubiraci Pataxó.
Esta é a primeira etapa do curso que, em sua carga horária completa, tem duração até o dia 27 de outubro. A segunda etapa tem previsão de início no mês de julho. Segundo o professor Alexandre Barreto, o curso é uma oportunidade de escuta a importantes lideranças que carregam ensinamentos interessantes ao pensar sobre saúde. “Vamos abrir os nossos ouvidos para escutar o que há de mais novo na nossa ancestralidade e, com isso, expandir nossa capacidade de pensamento e criatividade para as transformações que são necessárias nesse mundo de hoje”, completa o docente.
Vinculado à Pró-Reitoria de Extensão (Proex), o Centro de Referência em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Cerpics) da Univasf atua desde 2017 com a proposta de permitir a implementação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) na Policlínica da Univasf, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). As ações do Cerpics são realizadas por estagiários do curso de Psicologia da Universidade e as modalidades terapêuticas são ofertadas por terapeutas voluntários com formação em institutos qualificados.
