A equipe de campo do Projeto Aedes Transgênico (PAT) e agentes de endemias da Secretaria de Saúde (Sesau) do município de Juazeiro instalaram, na última quarta-feira (6), ovitrampas, uma espécie de armadilha para capturar ovos do mosquito Aedes aegypti, em 60 residências do Distrito de Maniçoba (BA). A instalação dessas armadilhas feitas com pequenos vasos de plástico com água e um pedaço de madeira (alcatex) tem o objetivo de conhecer as espécies de mosquitos Aedes presentes no ambiente selvagem, além de medir a população desses mosquitos e o índice de infestação na localidade.
As fêmeas depositam os ovos no alcatex, que são recolhidos semanalmente pelos agentes de endemias e encaminhados para o laboratório de insetos transgênicos, onde o material coletado é identificado. Assim é possível conhecer as espécies e o número de ovos de fêmeas e machos encontrados.
O PAT visa produzir mosquitos geneticamente modificados (OGM) para controlar o mosquito transmissor do vírus da dengue e está dividido em fases. A instalação e coleta de ovitrampas é uma delas. Após essa etapa é realizado um estudo de dispersão com os mosquitos transgênicos para que os pesquisadores conheçam o comportamento deles em campo, e estime a população selvagem. Nessa etapa é possível também saber a quantidade de machos transgênicos que precisam ser liberados em cada localidade e o intervalo entre cada liberação.
De acordo com Danilo Carvalho, gerente de projeto, “o monitoramento dessas populações através das ovitrampas expressa o atual quadro de infestação na localidade. Com esses dados é possível dimensionar a quantidade de mosquitos transgênicos que serão soltos. E, posteriormente, os dados obtidos serão capazes de apontar o grau de eficiência da supressão com o uso de mosquitos machos transgênicos”, afirmou.
Até o momento já foram instaladas 170 armadilhas no bairro de Itaberaba, e nos distritos de Carnaíba, Mandacaru e Maniçoba. Ao todo, foram liberados no ambiente selvagem 19.164 mosquitos machos transgênicos.
Ascom/Moscamed