PF prendeu presidentes de federações das Indústrias de Pernambuco, Alagoas e Paraíba

Além do presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Robson Andrade, a Operação Fantoche prendeu outros alvos da Operação Fantoche, os presidentes da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), José Carlos Lyra de Andrade; da Paraíba (FIEP), Francisco de Assis Benevides Gadelha, o Buega Gadelha; e de Pernambuco (FIEPE), Ricardo Essinger; além de empresários pernambucanos investigados. A operação deflagrada na manhã de hoje (19), em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), visa desbaratar uma suposta organização criminosa suspeita de desviar R$ 400 milhões do Sistema S e do Ministério do Turismo.

O evento foco das investigações, que batizou a operação, é o festival Sesi Bonecos do Mundo, com várias edições realizadas pelo Brasil pela empresa Aliança Comunicação e Cultura, de Recife (PE). Por isso, também foram presos os donos da empresa envolvida em contratos firmados desde 2002 com o Sistema S, entre eles os irmãos Lina Rosa Gomes Vieira da Silva, Luiz Antônio Gomes Vieira da Silva e Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva.

Em nota, a FIEA confirmou que tem conhecimento de que José Carlos Lyra de Andrade está na Polícia Federal, em Brasília, “prestando esclarecimentos sobre a operação”. A entidade afirma que não teve acesso à investigação e que acredita que tudo será devidamente esclarecido. “Como sempre fez, a entidade está à disposição para oferecer todas as informações que forem solicitadas pelas autoridades”, diz a nota da FIEA.

A Aliança publicou nota exaltando que seus projetos alcançaram público 10 milhões de brasileiros com cultura da melhor qualidade e disse haver auditorias internas e externas atestando a qualidade e a entrega dos itens contratados. Em parceria com o SESI, a empresa realiza projetos como Cine Sesi Cultural (em execução desde 2002), Na Ponta da Língua, Festival Internacional de Teatro de Objetos (Fito) e o Relix.

A operação que reuniu 213 policiais federais cumpre, desde as primeiras horas desta terça, dez mandados de prisão temporária e 40 de busca e apreensão nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Alagoas.

A PF afirma que a organização utilizava entidades de direito privado, sem fins lucrativos, para justificar celebração de contratos e convênios diretos com o Ministério do Turismo e unidades do Sistema S, cuja maioria era voltada à execução de eventos culturais e de publicidade. A PF e o TCU apontam superfaturamento e/ou inexecução parcial dos projetos, com recursos decorrentes deles desviados em favor do núcleo empresarial, voltado à prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos.

As medidas foram determinadas pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, que ainda autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores dos investigados.

Outro lado

Veja as notas das empresas envolvidas na Operação Fantoche:

ALIANÇA COMUNICAÇÃO E CULTURA

A Aliança Comunicação e Cultura reafirma seu compromisso em produzir projetos culturais com conteúdo de altíssima qualidade, e que têm se traduzido em sucesso de público e de crítica por quase 20 anos. Ao longo desse tempo, levamos o que há de melhor no mundo das artes para mais de 10 milhões de brasileiros, em todos os estados da federação e no Distrito Federal, sempre com acesso gratuito. Reforçamos, ainda, que todos os nossos projetos passam por auditorias internas e externas, sem qualquer tipo de restrições quanto a qualidade e a entrega de TODOS os itens contratados. Nesse momento, estamos nos empenhando ao máximo para esclarecer todos os questionamentos levantados pela Polícia Federal. É do nosso maior interesse que tudo seja elucidado o mais rápido possível.

INSTITUTO ORIGAMI

O Instituto Origami é uma associação civil de direito privado, independente, sem fins lucrativos e apolítica. E informa que está colaborando com todas as demandas das autoridades no sentido de esclarecer eventuais dúvidas sobre os projetos que realiza.

ATELIÊ PRODUÇÕES

O Ateliê Produções, empresa pernambucana com 17 anos de atuação no mercado audiovisual brasileiro, esclarece que tem entre os seus clientes a Aliança Comunicação, para a qual presta serviços de audiovisual desde 2004, tendo realizado neste período diversos trabalhos, de projetos culturais a publicitários. Todos estes serviços cumpriram rigorosamente os contratos firmados, cujas comprovações foram entregues nesta terça-feira (19) à Polícia Federal, no intuito de colaborar com a operação deflagrada pela mesma. A produtora, que tem uma vasta carteira de clientes, públicos e privados, além de inúmeras premiações como reconhecimento ao trabalho desenvolvido, manterá sempre abertos o seu portfólio, arquivos e qualquer outros dados que venham a ser úteis aos esclarecimentos buscados nessa ação.

ALTO IMPACTO

A Alto Impacto Produções atua no mercado de entretenimento há mais de 10 anos, tendo realizado projetos culturais e grandes shows de artistas nacionais e internacionais, sempre se pautando pelo profissionalismo e qualidade na entrega. A empresa esclarece que está colaborando com as autoridades no intuito de dirimir qualquer questionamento sobre os projetos que participa.