Uneb comemora os 52 anos da Famesf em Juazeiro (BA)

No Sertão da região Norte da Bahia, na cidade de Juazeiro, suas terras férteis, a vocação para a agricultura e seu potencial para a irrigação, por ser banhado pelo rio São Francisco, não poderia deixar de ter uma faculdade para formar engenheiros agrônomos que aplicaria as tecnologias utilizadas na agricultura e produzir alimentos de qualidade para a região, o país e os mais exigentes mercados internacionais. Esta instituição de ensino superior, que hoje é Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), começou em 1960 como Faculdade de Agronomia do Médio São Francisco (Famesf) que, no dia 12 de dezembro, completou 52 anos de existência. Para comemorar, uma programação com os egressos da Famesf será realizada no próximo sábado (15), a partir das 8h, no Departamento.

O nome não é mais o mesmo. Em 1980 a Famesf foi incorporada à Superintendência do Ensino Superior do Estado da Bahia (SESEB). Na mesma década, houve a criação e incorporação à Uneb.

Por força da reforma administrativa para as universidades estaduais que ocorreu em 1997, passou a ser o DTCS. Sem pretensões de desrespeitar a legislação vigente, nem ferir o regimento da Universidade, ressurge o saudosismo para a retomada da antiga nomenclatura, que para muitos egressos, ainda continua viva. Comemorar as mais de cinco décadas de existência da Famesf, das quais, 29 anos ela faz parte da Uneb, é também uma corroboração ao movimento pró-Famesf, que tem, entre diversos desejos, o de trazer de volta a nomenclatura e incorporá-la à sigla do DTCS.

Para o reitor da Uneb, Lourisvaldo Valentim, esse saudosismo é sadio, uma vez que a região de Juazeiro e Petrolina (PE) reconhece a Uneb pela sua antecessora Famesf. “A região deve muito à Famesf e a esses pesquisadores e profissionais daqui. Se observar o pólo frutícola da região, que toda semana manda um jumbo (avião cargueiro) carregado de frutas do Vale para outros países, tenha certeza que uma sementinha disso foi plantada pela nossa Universidade”, reforçou o reitor.

Muitos são os personagens que colaboraram e que ainda hoje fazem parte do presente do Departamento, a exemplo do diretor do DTCS, Ruy de Carvalho Rocha, egresso da Famesf e que se formou na turma de 1976. Na época, a faculdade já funcionava onde está situado o Campus III da Uneb, em uma área de 63 hectares. Isso sempre permitiu que os alunos tivessem aulas práticas, inclusive de irrigação, pois a faculdade possui uma infraestrutura composta por um aqueduto construído em 1907 que marcou o início da irrigação na região.

O atual Campus III da Uneb, que começou com o curso de Engenharia Agronômica, conta com dois Departamentos: de Ciências Humanas, com os cursos de Pedagogia e Comunicação Social em Multimeios; e o DTCS, que, além do curso de Agronomia, conta também com o curso de Direito. “Muita coisa avançou durante a trajetória desta instituição e em 2013 já haverá vestibular para o novo curso de Engenharia em Bioprocessos e Biotecnologia. A pós-graduação é também uma referência para a instituição com o mestrado em Horticultura Irrigada e aguarda a aprovação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para o funcionamento do mestrado em Agroecologia e Energias Renováveis”, adianta o diretor Ruy Rocha.

Comemoração – Desde o cinquentenário da Famesf, um grupo de egressos, entre eles docentes da instituição, resolveu promover simultaneamente o aniversário da instituição e encontro de ex-alunos. No momento em que comemora os 52 anos, será realizado o 3º encontro de ex-alunos da Famesf.

O objetivo não se limita apenas à confraternização, pois o desejo é o de resgatar a história que vai desde as discussões sobre a necessidade da construção e instalação de um curso superior na cidade de Juazeiro até chegar à Universidade.

O professor José Humberto Félix de Souza, egresso da Famesf, formado na turma de 1980, também foi diretor da instituição pelo quadriênio 2006-2010, e é um dos entusiastas da proposta de retomada da nomenclatura da Famesf. Ele também coordena o encontro dos ex-alunos. “Pretendemos continuar com esse calendário e festejar os aniversários da Famesf pela sua importância para o desenvolvimento da região. São mais de 1.700 engenheiros agrônomos formados aqui, que saíram com os seus conhecimentos e os aplicaram de diferentes formas, traduzindo isso nessa pujança que é hoje o Vale do São Francisco”, reflete.

José Humberto reforça que o saudosismo representa o desejo de manter viva a nomenclatura. “Tem a intenção de que não se perca o nome que muito significou para nós, para o Vale e a região Nordeste”, completou, acrescentando que a proposta de incorporação do nome Famesf à sigla do DTCS já foi apreciada e aprovada pelo Conselho Superior Universitário (CONSU) da Uneb. “A proposta não interfere no regimento da Universidade”, destaca.

Egresso – O professor Paulo Pinto, que também foi diretor do Departamento durante o período de 1982-1985, é um veterano da Famesf. Iniciou a graduação no ano de 1973, concluindo o curso na turma de 1976. “Desde então não me desliguei da Universidade, pois logo que me formei, ingressei em um estágio e em 1978, fui admitido pela faculdade como professor. Abracei com muito carinho essa profissão que é muito bonita. Foi Deus quem deixou para nós cuidarmos do planeta e eu me realizo trabalhando com plantas, solo, microorganismos e isso para mim é realmente fantástico”, descreve.

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