Sob chuva, foram às ruas, na manhã deste domingo (10), integrantes do grupo “Somos todos Beatriz’, amigos e familiares da menina Beatriz Angélica. A caminhada marcou os dois anos do assassinato brutal da criança, que aconteceu em dezembro de 2015, em uma escola particular de Petrolina, no Sertão de Pernambuco e não deixou de ser também um protesto diante da falta de resolução das investigações.
A manifestação teve início às 8h50, em Juazeiro na Bahia, atravessou a Ponte Presidente Dutra e finalizou, no local do crime, na Escola Maria Auxiliadora, no Centro de Petrolina.
– Durante a manifestação da manhã de hoje (10) para lembrar os dois anos da morte de Beatriz Angélica Mota, a mãe da menina, Lúcia Mota, fez uma revelação bombástica. Segundo ela, a Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) têm a imagem de um funcionário do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, local onde Beatriz foi morta, apagando as câmeras de segurança da instituição.
“A polícia e o Ministério Público têm a imagem do funcionário apagando as câmeras. No início, q uando tudo aconteceu, foi dito que a escola não tinha câmeras. Mentira! Eles planejaram até isso. Mas a verdade sempre vem à tona, as imagens apareceram. Elas vão a nível nacional [no Fantástico, da TV Globo]”, disparou Lúcia, que já tinha feito essa denúncia outras vezes.( Carlos Britto)
“A polícia e o Ministério Público têm a imagem do funcionário apagando as câmeras. No início, q uando tudo aconteceu, foi dito que a escola não tinha câmeras. Mentira! Eles planejaram até isso. Mas a verdade sempre vem à tona, as imagens apareceram. Elas vão a nível nacional [no Fantástico, da TV Globo]”, disparou Lúcia, que já tinha feito essa denúncia outras vezes.( Carlos Britto)
![](https://1.bp.blogspot.com/-kptP0gfDu78/Wi1eXkREDkI/AAAAAAAA2B0/rtmyljQQtrcy_kRAvbUd0IBzglHkslXvACLcBGAs/s640/_021.jpg)
Segundo o pai da menina, Sandro Romilton, este momento é muito difícil. “Nossa família, nossos amigos decidiram celebrar essa data, que não podia passar em branco, deu tudo certo. Nós passamos pela ponte e recebemos o carinho de todos. Isso nos fortalece, todas as palavras de conforto. A nossa esperança está renovada e temos certeza que isso vai ser resolvido”.
![](https://3.bp.blogspot.com/-rFZlA79Aylw/Wi1eSNlEHWI/AAAAAAAA2Bw/nrfK71vuhB89CKqrkEO1XmXGSthnUjYPACLcBGAs/s640/_0_.jpg)
Crime
Beatriz Angélica foi assassinada com 42 facadas dentro de um dos mais tradicionais colégios particulares de Petrolina. O crime ocorreu dentro da quadra onde acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano da escola. A irmã da menina era uma das formandas.
Retrospectiva do caso:
Assassinato da menina Beatriz completa dois anos sem solução em Petrolina, PE
No dia 10 de dezembro de 2015, um crime brutal chocou Petrolina, no Sertão Pernambucano. Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva, de 7 anos, foi assassinada com 42 facadas durante a festa de formatura de um tradicional colégio particular da cidade. Dois anos depois, o crime continua sem solução. O G1 selecionou os prinicipais fatos em torno do caso durante este tempo, confira.
Dezembro de 2015
O caso de Beatriz mobilizou a sociedade petrolinense. Desde que o crime aconteceu, familiares e amigos da menina cobram respostas e elucidação do caso das autoridades de segurança do estado de Pernambuco através de protestos.
Fevereiro de 2016
Dois meses após o crime, a polícia divulgou um retrato falado do suspeito de matar Beatriz. O perfil dele foi construído com base em depoimentos de três testemunhas, sendo uma delas a própria mãe, Lúcia Mota. No mesmo período, o primeiro delegado responsável pelas investigações, Marceone Ferreira falou em entrevista coletiva que não descartava a participação de mais de uma pessoa no crime.
Março de 2016
A perícia que investigava a morte de Beatriz Angélica Mota apontou que ao menos cinco pessoas estavam envolvidas no crime. Todas conheciam as dependências do colégio e de acordo com o delegado que conduzia as investigações, Marceone Ferreira, esses suspeitos mentiram ou caíram em contradição nos depoimentos. A revelação chocou os pais da menina, principalmente pelo fato dos suspeitos serem funcionários da instituição de ensino.
Maio de 2016
O promotor do Ministério Público (MP) de Petrolina, Carlan Carlo da Silva declarou que o assassinato de Beatriz pode ter motivação religiosa, para atingir o colégio católico onde o crime ocorreu. Na época ele alegou também que pode ter ocorrido falhas da Polícia Civil nas primeiras horas da investigação do crime.
Setembro de 2016
A Polícia Civil divulgou um vídeo com imagens do homem suspeito de participar da morte de Beatriz. Nas filmagens é possível ver o suspeito andando ao redor do colégio e entrando na quadra onde acontecia a festa, 20 minutos antes de Beatriz ser vista pela última vez.
Dezembro de 2016
Um ano após o assassinato da menina Beatriz, a Polícia Civil decidiu designar a delegada Gleide Ângelo para a chefia das investigações.
Março de 2017
A Polícia Civil divulgou imagens detalhadas do suspeito do assassinato da menina Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva. Na ocasião, a delegada Gleide Ângelo se disse convicta de que o indivíduo que aparece nas gravações é o autor do crime.
Junho de 2017
A subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Juazeiro-BA, cidade vizinha à Petrolina, criou uma comissão especial para acompanhar as investigações sobre a morte de Beatriz. O órgão divulgou uma carta aberta em que cobra da polícia a prisão do autor do crime. A carta foi assinada pela comissão instituída para acompanhar o caso.
Novembro de 2017
Familiares e amigos de Beatriz estiveram em Recife a procura de uma resposta do governo do estado. Segundo a mãe da criança, Lúcia Mota, eles esperavam, há três meses, um posicionamento sobre o pedido de acesso ao inquérito da Polícia Civil, que investiga o caso. A família foi recebida no Palácio do Campo das Princesas por uma comissão formada pelo secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, o chefe da Polícia Civil, Joselito do Amaral, o secretário executivo da Casa Civil, Marcelo Canuto, e a delegada Gleide Angelo.
No mesmo dia, a Polícia Civil de Pernambuco solicitou o apoio da Polícia Federal para prender o criminoso que assassinou a facadas a menina Beatriz. A parceria ocorre através de um Termo de Cooperação, conforme informado pelo chefe da Polícia Civil, Joselito do Amaral.
Há pouco mais de dez dias, a secretaria de Defesa Social anunciou que a delegada Polyanna Néry assume o caso do assassinato de Beatriz.
Dezembro de 2017
Com a mudança no comando das investigações, os pais da menina se dizem com as esperanças renovadas para elucidação do caso
A Polícia Civil de Pernambuco informou através de nota, que “além da troca do delegado responsável pelas investigações do caso da menina Beatriz, foram designados cinco novos agentes de polícia, escolhidos pela delegada Pollyanna Neri, titular do inquérito. A nova equipe de investigação está trabalhando exclusivamente no caso, com o apoio dos núcleos de inteligência local e do Recife. A Polícia acredita que a experiência em resolução de casos de homicídios acumulada pela nova equipe trará novos rumos a investigação. E garante o compromisso da corporação em identificar e prender todos os envolvidos no assassinato de Beatriz”.
Entenda o caso
Beatriz Angélica foi assassinada com 42 facadas dentro de um dos mais tradicionais colégios particulares de Petrolina. O crime ocorreu dentro da quadra onde acontecia a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano da escola. A irmã da menina era uma das formandas.
A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10 de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na parte inferior da quadra. Minutos depois, o corpo da criança foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo que estava desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.
Fontes Juliane Peixinho, G1
Carlos Britto