Em sua última semana de apresentações, a programação da “Mostra Biruta 9 anos” inclui teatro e roda de conversa. De 25 a 27/05, o público vai poder assistir ao Processo Medusa, sempre às 19h, no Céu das Águas, em Petrolina. Já no dia 28 de maio, às 15h, será a vez de discutir a história de Canudos e sua relação com a criação de territórios de resistência, na roda de conversa “Canudos: território navegante”, com o professor de História e vereador de Petrolina, Gilmar Santos, e a professora e líder comunitária, Maria Senhora, no Território Quilombola Águas do Velho Chico, em Orocó (PE). A programação é gratuita.
Culminância de um projeto que vem sendo desenvolvido no Núcleo Biruta de Teatro há pouco mais de um ano, o Processo Medusa é um espetáculo teatral chamado de processo, por ter caráter de pesquisa, que vai agregando elementos, a partir das experiências de vida, estudos e discussões dos jovens atores do Núcleo.
“Estudamos o mito da Medusa e o trouxemos para a atualidade, estudando o corpo, a mulher e a democracia, buscando responder questões como: Onde está a mulher nesse mito? Quem é essa Medusa de hoje? O que fez ela se transformar nessa Medusa? A temática envolve o feminismo e fala das possibilidades da mulher e das possibilidades que foram podadas dela diante do mito”, contou Yasmim Rabelo, uma das atrizes que participam do Processo.
Já o bate-papo, que acontece no próximo (28), em Orocó, tem como objetivo discutir a relação entre Canudos e o Território Quilombola Águas do Velho Chico. “Nossa proposta é buscar compreender qual foi a influência de Canudos sobre a comunidade, na sua forma de ver o País e seu povo, uma vez que foi formada por mulheres rezadeiras e parteiras fugidas da guerra de Canudos. Além disso, também queremos refletir sobre a história de Canudos e o diálogo dessa experiência com outros modos de organização popular e de resistência”, revelou Cristiane Crispim, atriz e co-fundadora da Cia Biruta de Teatro.
Cia Biruta de Teatro
Criada em 2008, a Cia Biruta de Teatro completou 9 anos no dia 3 de maio e para comemorar essa história de fortalecimento do teatro infanto-juvenil e sua relação de cumplicidade com a região do Vale do São Francisco.
No catálogo de espetáculos já encenados pelo grupo estão as montagens de “Maria Minhoca”, “O Mágico de Oz”, que fez a companhia ficar conhecida no Vale do São Francisco e em outras regiões, “História de Cascudo”, “Pinóquio” e “Cenas Ribeirinhas”, um experimento de pesquisa que, segundo Veronaldo, apontou novos caminhos para a Biruta. “Dessa experiência resultou o espetáculo ‘Chico e Flor contra os monstros da Ilha do Fogo’, fruto de uma pesquisa que busca a identidade do ator ribeirinho e sertanejo em sua metodologia de trabalho e de um processo de dramaturgia que estamos experimentando, sempre procurando uma poética que tenha como referência a região do médio São Francisco e suas práticas populares”, revelou.
Em 9 anos de história, a Cia Biruta também acumula na bagagem participações em festivais, prêmios, e intercâmbios com grupos de teatro nacionais e internacionais.
Ascom