O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o seu filho, o ministro Fernando Bezerra Filho (PSB), pegaram carona no vácuo de liderança deixado pelo ex-governador Eduardo Campos na bancada do PSB no Congresso Nacional para demonstrar força com movimentações que desagradaram os seus correligionários em Pernambuco nesta semana.
Após a influência do auxiliar ministerial ter pesado na vitória de Tereza Cristina (PSB-MT) em cima do deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE), no dia 30 de janeiro, o senador se tornou líder da bancada da sigla no Senado, em votação unânime, anteontem.
Nos bastidores, o grupo dos Bezerra Coelho vem se alinhando cada vez mais com o presidente do PSB de São Paulo, Márcio França, e o presidente Michel Temer (PSB), o que provocou mal-estar dentro da sigla. Ainda mais com a aproximação do Congresso Nacional do partido que deverá definir o novo comando da legenda em outubro.
A preocupação é que as movimentações desse grupo acabe tirando força do PSB de Pernambuco, que teve a hegemonia da sigla nos últimos anos pelas mãos dos ex-governadores Miguel Arraes de Alencar e Eduardo Campos.
A derrota de Tadeu na disputa pela liderança do PSB na Câmara acabou expondo Paulo Câmara (PSB). Isso porque ele exonerou o secretário estadual de Turismo, Felipe Carreras para participar da votação do novo líder. Apesar dos correligionários pernambucanos negarem que o episódio afete a liderança do chefe do Executivo, o resultado trouxe insatisfação porque deu a vitória a uma ala da sigla que vem adotando posições em direção contrária as de Pernambuco. Foi assim na indicação de um nome do PSB para o Governo Temer e em outras votações na Câmara Federal.
Em contrapartida, o fato de Bezerra Coelho não ter sido ao menos consultado para a indicação de um nome para a secretaria de Desenvolvimento Econômico também deixou ruídos.
