Desenvolvimento do semiárido é tema do programa Encontro com Gabrielli

A Bahia concentra 40% de todo o semiárido brasileiro, o que corresponde a 70% do território do estado. A área, inclusive, é maior que países como Itália e Grécia juntas. A diversidade da economia, do clima e das condições de vida das variadas áreas do semiárido exige um tratamento diferenciado para cada trecho, que tem dinâmicas econômicas distintas, a exemplo do sertão de Canudos e Chapada Diamantina. Os desafios para o desenvolvimento do semiárido baiano é o tema programa semanal de rádio “Encontro com Gabrielli”.

O assunto abordado esta semana foi sugestão do ouvinte Juvenal Melvino, professor de Economia da Universidade Estadual do Mato Grosso, que enviou sua pergunta sobre as propostas do governo para o desenvolvimento sustentável do semiárido baiano. Após lembrar que a seca é um fenômeno que ocorre periodicamente, em intervalos de alguns anos, e, por isso, é preciso aprender a conviver com ela, o secretário do Planejamento, José Sergio Gabrielli, falou sobre a diversidade desta área.

Enquanto em algumas regiões do semiárido baiano predomina a mineração, em outras a caprino e ovinocultura domina ou, ainda, a sobrevivência vem da agricultura familiar ou da atividade comercial. “Compreendendo que não existe solução única para tudo. Temos que pensar em estratégias de convivência com a seca, por exemplo, a partir da necessidade de cada município, de cada região, de cada clima”, diz Gabrielli.

O processo de adaptação à seca passa pela busca de alternativas, como, por exemplo, achar meios de sobrevivência que exijam menos água em locais nos quais a estiagem prejudica a produção. É o caso de optar por plantas que precisem de pouca água, por novas culturas mais resistentes e por atividades urbanas que independem das chuvas.

Outra forma de minimizar perdas e se adequar às condições climáticas adversas é o manejo genético do rebanho, gerando animais mais resistentes. Isso tudo aliado a ações direcionadas para o aumento do armazenamento e da distribuição de água. “Os governos e consórcios públicos ampliam a construção de aguadas, barragens, cisternas e poços artesianos”, observa Gabrielli.

Ele indica que outro desafio para a sustentabilidade do semiárido é como tratar as questões relacionadas à dispersão das populações na região. “Isso significa que é mais difícil integrar pequenas cidades, tanto para desenvolver formas de deslocar os produtos e as pessoas, quanto para garantir atividades que geram mais valor na produção”, explica o secretário. 

JUAZEIRO – Na sua pergunta, o professor baiano Juvenal Melvino questiona se não há a possibilidade de copiar para todo o semiárido o bem sucedido modelo de irrigação adotado nos municípios de Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco. Na opinião de Gabrielli isso não é possível porque este modelo agrícola é apenas uma parte do processo produtivo.

“Em Juazeiro e Petrolina funciona porque as duas cidades estão nas margens do rio São Francisco, com abundância de água, e se concentram na fruticultura, que não tem muito espaço para crescer em toda a região sob pena de baixar os preços e tornar inviável a continuidade dos negócios”, justifica o economista.

ENCONTRO COM GABRIELLI – O conteúdo do programa de rádio semanal “Encontro com Gabrielli” está disponível para download no site da Secretaria do Planejamento (www.seplan.ba.gov.br), podendo ser veiculado gratuitamente nas rádios ou postado em sites e blogs. Contatos e sugestões para o programa podem ser feitos através do e-mail encontrocomgabrielli@gmail.com

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