por Evilásio Júnior
Após o mal-estar criado com o deputado federal Antonio Imbassahy – impedido pelo próprio partido de ser candidato a prefeito de Salvador –, o PSDB baiano terá mais uma rusga para administrar, desta vez com o ex-deputado federal João Almeida. O tucano tem entre os seus redutos eleitorais justamente as duas cidades onde a direção estadual da sigla “orientou” os seus filiados a não formarem alianças com o PT ou legendas apoiadas pelo adversário. O Bahia Notícias apurou que a proibição da aliança, decretada pelo comandante estadual Sérgio Passos, não é vista com bons olhos pela maioria dos seus correligionários tanto em Lauro de Freitas quanto em Juazeiro. Eles acusam os deputados estaduais Augusto Castro – que obteve apenas 89 votos em Lauro – e Adolfo Viana – com 489 sufrágios em Juazeiro – de tentar tomar o controle do partido nas cidades, com o aval do presidente, para enfraquecer a liderança de Almeida. Dos 80.180 votos obtidos pelo ex-parlamentar – o candidato com mais votos entre os que não se elegeram – 3.556 foram em Lauro e 3.127 em Juazeiro. Na cidade da Região Metropolitana de Salvador há o agravante ainda de afetá-lo pessoalmente, já que a presidente municipal do PSDB é a sua irmã Vânia Almeida. Além de ser a atual secretária de Serviços Públicos da prefeitura, ela foi a responsável pela aliança com a atual prefeita Moema Gramacho (PT) em suas duas gestões. Também indicou o vice da petista no segundo mandato, João Oliveira, que migrou para o PT a fim de disputar a sucessão este ano. Lá, os tucanos se colocaram contra o deputado federal João Leão, do PP, agremiação do atual vereador Márcio Paiva, prefeiturável da preferência de Passos. Já no norte baiano, a legenda tinha o compromisso de integrar a chapa de Isaac Carvalho (PCdoB), embora o nome a ser apoiado – conforme a direção partidária – seja o de Márcio Jandir (PV). Curiosamente, o postulante verde, antes de ingressar no PV, foi convidado por João Almeida para entrar no PSDB, mas preferiu ficar mais próximo do governo. Os tucanos citam que em outras localidades, embora haja a dobradinha PT-PSDB, não houve qualquer ameaça de intervenção. Consultado pelo BN, Almeida não negou as movimentações, mas se limitou a dizer: “não vou comentar nada sobre isso… ainda”. O telefone celular de Sérgio Passos estava desligado entre a tarde e a noite desta sexta-feira (1º).