SÍLVIA FREIRE
Agricultores ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram nesta terça-feira (10) ao menos oito prefeituras de municípios da Bahia para reivindicar melhorias em assentamentos e acampamentos no Estado.
A principal reivindicação é a instalação de escolas nos assentamentos e a melhoria das unidades já existentes.
A Polícia Militar baiana disse que as ações foram pacíficas e que não houve confronto em nenhum dos casos.
Segundo Márcio Matos, liderança do MST no Estado, a jornada de luta começou nesta terça e deve continuar até o próximo dia 16.
Ele disse que o movimento escolheu está época do ano porque é o período em que as secretarias da Educação estão planejando o próximo ano letivo. Normalmente, o MST concentrar suas ações em abril.
Em algumas cidades, como Santa Brígida, Curaçá e Queimadas, os agricultores desocuparam os prédios ainda nesta terça.
No município de Rodelas (533 km de Salvador), cerca de 50 agricultores continuam na prefeitura e o expediente teve de ser suspenso.
O prefeito Emanuel Rodrigues Ferreira (PC do B) disse que os sem-terra, que estão acampados há cinco anos no município, reivindicam também que as 150 famílias do movimento sejam assentadas em uma área definitiva.
Ferreira disse que está em contato com o Incra para tentar solucionar o caso.
No município de Queimadas (295 km de Salvador), o prefeito Paulo Sérgio Brandão Carneiro (PT), disse que vai estudar a viabilidade de instalar uma escola no assentamento. Atualmente, os estudantes são transportados até uma escola na zona urbana.
Em Curaçá (531 km de Salvador), no sertão, o prefeito Salvador Lopes Gonsalves (PT) disse que não considerou a ação do MST uma invasão.
Segundo ele, os agricultores foram até a prefeitura reivindicar que a escola que já existe no assentamento abra à noite para educação de jovens e adultos. Os agricultores também pediram atendimento médico semanal.